O
ciberespaço pode ser considerado uma virtualização da realidade, uma migração
do mundo real para um mundo de interações virtuais. Essa tendência de
virtualização que acompanha o ciberespaço utiliza o conceito de que “virtual”
se diferencia do senso comum, e até mesmo do termo técnico ou
filosófico. O virtual
não se opõe ao real, nem ao material. Ainda que não esteja fixo em nenhuma
coordenada de tempo e espaço, o virtual existe, ele é real, mas está
desterritorializado. Na verdade, ele ocupa apenas um espaço físico menor: o
computador, um instrumento que mais que uma ferramenta de
produção de sons, textos e imagens, se é também um operador de virtualização.
Esse
crescimento do ciberespaço é regido por três princípios fundamentais: a
interconexão, a criação de comunidades virtuais e a inteligência coletiva.
A
interconexão mundial ou local é o princípio básico dessa estrutura, uma vez que
é dinâmica e dialógica, ou seja, pretende provocar discussões e debates. As
comunidades sociais são criadas a partir de ligações, afinidade de interesses,
conhecimentos, projetos em uma relação mútua de cooperação e troca. E por sua
vez, a inteligência coletiva. Ela descreve um tipo de inteligência
compartilhada que surge da colaboração de muitos indivíduos em suas
diversidades.
Devido a
toda essa interconexão da qual surgiu o ciberespaço, como consequência houve o nascimento da cibercultura.
Mas para se entender melhor
tal conceito, primeiro é importante ser explicado o que é a cibercultura. A
cibercultura é a cultura que surgiu a partir do uso da rede de computadores,
através da comunicação entre os mesmos, a indústria de entretenimento e o
comércio eletrônico. Além disso, também é o estudo de diversos fenômenos sociais relacionados a internet e
novas formas de comunicação em rede como as comunidades on-line, jogos com
multiusuários e sociais, mídias sociais, realidade aumentada, e aborda questões
ligadas a identidade, privacidade e formação de rede. É um movimento que oferece novas formas de comunicação, o que chama a
atenção de milhares de pessoas pelo mundo.
O conceito trabalhado por
Lévy, refere-se o aparecimento de novas mídias e
como estas influenciam a sociedade, formando sub-culturas. Para Pierre Lévy,
cibercultura reflete a “Universalidade sem totalidade". É universal porque
promove a interconexão generalizada, mas comporta a diversidade de sentidos,
dissolvendo a totalidade. Em outras palavras, a interconexão mundial de
computadores forma a grande rede, na qual cada nó pode
tornar-se produtor ou emissor de novas informações.
O autor
acredita que a cibercultura seja a herdeira legítima da filosofia das Luzes e
difunde valores como fraternidade, igualdade e liberdade. Para ele, a rede é,
antes de tudo, um instrumento de comunicação entre indivíduos, um lugar virtual
no qual as comunidades ajudam seus membros a aprender o que querem saber.
Ao
contrário do que se pensa, o Ciberespaço não veio extinguir os outros meios de
comunicação. Está apenas estabelecendo novas possibilidades de conhecimento,
relacionamento e interação que de certa forma facilidade a vida cotidiana.
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