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domingo, 14 de setembro de 2014

Ciberespaço e Cibercultura, por Pierre Lévy

    


 Publicado em 1997 e traduzido para o português por Carlos Irineu da Costa em 1999, o livro Cibercultura de Pierre Lévy, traça as percepções de um dos maiores expoentes na área de estudos de mídia cibernética. As percepções do autor abordam o crescimento do novo meio de comunicação, o ciberespaço que surgiu a partir da interconexão de computadores.
    O ciberespaço pode ser considerado uma virtualização da realidade, uma migração do mundo real para um mundo de interações virtuais. Essa tendência de virtualização que acompanha o ciberespaço utiliza o conceito de  que “virtual”  se diferencia do senso comum, e até mesmo do termo técnico ou filosófico. O virtual não se opõe ao real, nem ao material. Ainda que não esteja fixo em nenhuma coordenada de tempo e espaço, o virtual existe, ele é real, mas está desterritorializado. Na verdade, ele ocupa apenas um espaço físico menor: o computador, um instrumento que mais que uma ferramenta de produção de sons, textos e imagens, se é também um operador de virtualização.
    Esse crescimento do ciberespaço é regido por três princípios fundamentais: a interconexão, a criação de comunidades virtuais e a inteligência coletiva.
A interconexão mundial ou local é o princípio básico dessa estrutura, uma vez que é dinâmica e dialógica, ou seja, pretende provocar discussões e debates. As comunidades sociais são criadas a partir de ligações, afinidade de interesses, conhecimentos, projetos em uma relação mútua de cooperação e troca. E por sua vez, a inteligência coletiva. Ela descreve um tipo de inteligência compartilhada que surge da colaboração de muitos indivíduos em suas diversidades.
    Devido a toda essa interconexão da qual surgiu o ciberespaço, como consequência houve o nascimento da cibercultura. 
Mas para se entender melhor tal conceito, primeiro é importante ser explicado o que é a cibercultura. A cibercultura é a cultura que surgiu a partir do uso da rede de computadores, através da comunicação entre os mesmos, a indústria de entretenimento e o comércio eletrônico. Além disso, também é o estudo de diversos  fenômenos sociais relacionados a internet e novas formas de comunicação em rede como as comunidades on-line, jogos com multiusuários e sociais, mídias sociais, realidade aumentada, e aborda questões ligadas a identidade, privacidade e formação de rede. É um movimento que oferece novas formas de comunicação, o que chama a atenção de milhares de pessoas pelo mundo.
    O conceito trabalhado por Lévy, refere-se o aparecimento de novas mídias e como estas influenciam a sociedade, formando sub-culturas. Para Pierre Lévy, cibercultura reflete a “Universalidade sem totalidade". É universal porque promove a interconexão generalizada, mas comporta a diversidade de sentidos, dissolvendo a totalidade. Em outras palavras, a interconexão mundial de computadores forma a grande rede, na qual cada nó pode tornar-se produtor ou emissor de novas informações.
    O autor acredita que a cibercultura seja a herdeira legítima da filosofia das Luzes e difunde valores como fraternidade, igualdade e liberdade. Para ele, a rede é, antes de tudo, um instrumento de comunicação entre indivíduos, um lugar virtual no qual as comunidades ajudam seus membros a aprender o que querem saber.

    Ao contrário do que se pensa, o Ciberespaço não veio extinguir os outros meios de comunicação. Está apenas estabelecendo novas possibilidades de conhecimento, relacionamento e interação que de certa forma facilidade a vida cotidiana. 

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